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atenciosamente

antes que os caminhos
desapareçam sob a chuva,
olha-me de perto

à luz das pedras, sou outra
olha-me mais uma vez:
ignora as lamparinas falsas

sou medusa vitoriosa
se não te pareço monstro,
olha-me de novo

mais sóbrio

(Água indócil, p. 96)

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"Como o mar, as imagens destes poemas são ondas que molham nossos olhos de nostalgia, água salgada que enche nossas bocas. São ondas rebeldes que ameaçam destruir todas as estruturas. Poemas que nossos corpos suportam porque conhecemos as pancadas. Anna Clara de Vitto não escreve águas fáceis e doces. Memória e morte dialogam com uma menina e com uma mulher que trocam olhares compreensivos. Sabem uma da outra. Contam histórias difíceis, mas que na estética e no toque de Anna Clara de Vitto revelam uma grande beleza. Neste livro, afogar-se e naufragar é desejável. Não há razão para temer. O momento de voltar a superfície chega. E com ele, a resiliência. "

Jarid Arraes, para a orelha de Água indócil

Críticas

"Ler o Água Indócil é ganhar novas perspectivas do que é a poesia e do que é ser mulher. Como toda vista do mar, passamos do tranquilo ao arrebatador em fração de segundos e é esta força que é bela."

Fernanda Rodrigues, para o blog Algumas Observações

"A poesia de Anna Clara De Vitto parece estar submersa, mas vem à tona em cada verso, arrebentando-se nas praias do inesperado e também do cotidiano. É uma viagem, por vezes, em pequenos poemas ou em outros mais longos. A praia e o Atlântico estão sempre presentes. Santos é o seu ponto de partida, a cidade onde nasceu e regressa numa relação quase uterina, profunda e repleta de incógnitas.
Hoje na metrópole, a poeta resgata os sonhos e pesadelos com o mar em sua infinita grandeza e com todos os seus medos e dúvidas.  Mas o mar está presente em improváveis castelos de areia e em insistentes murmúrios e ais. No mar de concreto ela constrói, como o ladrilhador de Walter Benjamin, novos significados para as palavras, para a dor e para o tempo.
Poesia não é sentimento, não é lembrança, não é acontecimento, já foi dito por Rainer Maria Rilke em Cartas para um jovem poeta.  Poesia é ficção, o poema não é confessionário ou divã de analista, como escreveu no prefácio o poeta José Carlos Brandão. Sim, poesia é criação, é a alma do avesso do avesso, como diria Caetano Veloso."

Renato Ladeia, para o blog Crônicas Memorialistas e impressões do cotidiano

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